Você sabia que os cães também podem sofrer de epilepsia? A epilepsia é uma doença neurológica que causa crises convulsivas repetidas e sem uma causa definida1. É uma condição que afeta cerca de 30% dos cães com convulsões2 e pode ter origem genética ou desconhecida3.
Neste post, você vai aprender o que é a epilepsia em cães, quais são os seus sintomas, como é feito o diagnóstico e qual é o tratamento adequado. Acompanhe!
O que é a epilepsia em cães?
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A epilepsia em cães é uma disfunção de um neurônio que ocorre quando o cérebro sofre uma atividade eletroquímica exagerada e descontrolada2. Essa atividade anormal provoca alterações no comportamento, na consciência e na sensibilidade do animal1.
A epilepsia pode ser classificada em dois tipos:
- Epilepsia idiopática: é a forma mais comum e ocorre quando não há nenhuma causa aparente identificada, além da predisposição familiar. Nesse tipo, há uma redução no limiar convulsivo no qual os dois hemisférios sofrem descargas neurais, levando à crise em si3.
- Epilepsia secundária: é a forma menos frequente e ocorre quando há uma causa conhecida que provoca as convulsões, como tumores cerebrais, traumas cranianos, infecções, intoxicações ou doenças metabólicas1.
A epilepsia pode afetar cães de qualquer idade, sexo ou raça, mas algumas raças têm maior predisposição genética para desenvolver a doença, como Beagle, Border Collie, Boxer, Dálmata, Golden Retriever, Labrador Retriever e Pastor Alemão1.
Quais são os sintomas da epilepsia em cães?
Os sintomas da epilepsia em cães variam de acordo com a intensidade e a duração das crises convulsivas. As crises podem ser classificadas em três fases:
- Fase pré-ictal: é a fase que antecede a crise e pode durar de alguns minutos a algumas horas. Nessa fase, o cão pode apresentar sinais de ansiedade, nervosismo, medo ou agitação. Ele pode procurar o dono ou se esconder. Ele também pode salivar excessivamente ou urinar involuntariamente1.
- Fase ictal: é a fase da crise propriamente dita e pode durar de alguns segundos a alguns minutos. Nessa fase, o cão pode apresentar contrações musculares involuntárias pelo corpo todo ou em partes específicas. Ele pode perder a consciência ou ficar confuso. Ele também pode vocalizar (chorar ou latir), babar muito ou morder a língua. Ele pode ter movimentos involuntários dos olhos (nistagmo) ou dilatação das pupilas. Ele também pode defecar ou urinar involuntariamente1.
- Fase pós-ictal: é a fase que sucede a crise e pode durar de alguns minutos a algumas horas. Nessa fase, o cão pode apresentar sinais de desorientação, sonolência, fraqueza ou cegueira temporária. Ele também pode ter alterações de comportamento como agressividade ou apatia. Ele também pode ter aumento do apetite ou da sede1.
É importante ressaltar que nem todos os cães apresentam as três fases das crises convulsivas e que os sintomas podem variar de acordo com a intensidade e a duração das crises. Além disso, alguns cães podem ter crises mais frequentes ou mais severas do que outros.
Como é feito o diagnóstico da epilepsia em cães?
O diagnóstico da epilepsia em cães é feito por meio de uma avaliação clínica e neurológica do animal, que inclui um histórico detalhado das crises convulsivas, como frequência, duração, intensidade e sintomas associados. O veterinário também pode solicitar exames complementares para descartar outras causas possíveis de convulsões, como hemograma, bioquímica sérica, urinálise, radiografia torácica e abdominal, ultrassonografia abdominal e tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio.
A epilepsia idiopática é um diagnóstico de exclusão, ou seja, só é confirmada quando todas as outras causas possíveis de convulsões são descartadas. Por isso, é importante realizar um acompanhamento veterinário regular e manter um registro das crises do seu cão para facilitar o diagnóstico.
Qual é o tratamento adequado para a epilepsia em cães?
O tratamento adequado para a epilepsia em cães depende da frequência e da gravidade das crises convulsivas. Nem todos os cães com epilepsia precisam de medicação anticonvulsivante. Em geral, o tratamento medicamentoso é indicado quando as crises ocorrem mais de uma vez por mês ou quando são muito intensas ou prolongadas.
Os medicamentos anticonvulsivantes mais usados são o fenobarbital e o brometo de potássio, que atuam reduzindo a atividade elétrica anormal no cérebro do animal. Esses medicamentos devem ser administrados diariamente e pelo resto da vida do cão. Eles podem causar alguns efeitos colaterais como sonolência, aumento do apetite e da sede, ganho de peso e alterações hepáticas. Por isso, é importante fazer um acompanhamento veterinário regular e realizar exames periódicos para monitorar a eficácia e a segurança do tratamento.
Além da medicação anticonvulsivante, existem outras medidas que podem ajudar a controlar as crises convulsivas do seu cão, como:
- Evitar situações estressantes ou que possam desencadear as crises, como barulhos altos, luzes piscantes ou mudanças bruscas de ambiente;
- Manter uma rotina regular de alimentação e exercícios físicos;
- Oferecer uma alimentação balanceada e de qualidade;
- Evitar o uso de produtos tóxicos ou que possam interagir com os medicamentos anticonvulsivantes;
- Manter o seu cão sempre hidratado;
- Oferecer muito carinho e atenção ao seu cão.
Como agir durante uma crise convulsiva do seu cão?
Se o seu cão tiver uma crise convulsiva, você deve manter a calma e seguir algumas recomendações:
- Não tente segurar ou conter o seu cão durante a crise;
- Não coloque nada na boca do seu cão durante a crise;
- Afaste objetos pontiagudos ou cortantes que possam machucar o seu cão durante a crise;
- Coloque uma almofada ou um cobertor sob a cabeça do seu cão durante a crise;
- Mantenha o ambiente silencioso e com pouca luz durante a crise;
- Fique ao lado do seu cão durante a crise e fale com ele com voz suave e tranquilizadora;
- Anote a duração e os sintomas da crise para informar ao veterinário depois;
- Leve o seu cão ao veterinário se a crise durar mais de cinco minutos ou se ele tiver mais de uma crise em 24 horas.
A epilepsia em cães tem cura?
A epilepsia em cães não tem cura, mas pode ser controlada com o tratamento adequado. A maioria dos cães com epilepsia leva uma vida normal e feliz, desde que receba os cuidados necessários e o acompanhamento veterinário regular.
Se o seu cão tem epilepsia ou se você suspeita que ele possa ter, não hesite em procurar um veterinário de confiança para fazer o diagnóstico correto e iniciar o tratamento mais indicado para o seu caso. Lembre-se de que a epilepsia é uma doença crônica e que requer atenção e dedicação por parte do dono.
Esperamos que este post tenha sido útil para você entender melhor o que é a epilepsia em cães, quais são os seus sintomas, como é feito o diagnóstico e qual é o tratamento adequado. Se você gostou deste conteúdo, compartilhe com seus amigos nas redes sociais e ajude a conscientizar sobre essa doença que afeta tantos cães pelo mundo.
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